A Universidade de Maryland está liderando um projeto que visa desenvolver uma célula de combustível que usa energia derivada de bactérias marinhas para alimentar sensores oceânicos.
O Persistent Oceanographic Device Power (PODPower) pode produzir consistentemente 10 watts por mais de um ano para alimentar dispositivos de detecção oceânica, como aqueles usados para monitorar a química da água ou o movimento de baleias e golfinhos.
O sistema ficará suspenso na água, onde poderá coletar e concentrar micróbios oceânicos e pedaços de matéria orgânica em uma câmara especial de fermentação. Bactérias na câmara pré-digerirão o material, produzindo um tipo mais eficiente de “alimento” para um segundo tipo de bactéria que coloniza os eletrodos da célula de combustível e libera elétrons para uso direto.
O design conta com diversas inovações, incluindo uma rede de coleta inspirada em aspectos únicos das guelras dos peixes, uma broca tipo saca-rolhas que alimenta a câmara de fermentação com matéria orgânica e um sistema de cátodo duplo para levar a energia da célula de combustível microbiana a níveis mais altos do que os sistemas anteriores.
A líder do projeto, Professora Stephanie Lansing, diz que o sistema bioinspirado tem potencial revolucionário para fornecer energia elétrica direta para melhorar as capacidades de detecção e, ao mesmo tempo, proteger o meio ambiente.
A primeira fase do projeto ocorrerá até o verão de 2026 e inclui colaboradores de outras oito instituições e empresas: Battelle, Universidade George Washington, Universidade Harvard, Instituto de Tecnologia Marinha e Ambiental da Universidade de Maryland, Condado de Baltimore, Universidade James Madison, Universidade Johns Hopkins, Universidade de Delaware e Yokogawa Corp. of America.
Além dos US$ 7,8 milhões concedidos para o desenvolvimento e implantação da Fase 1, um prêmio adicional de US$ 3,4 milhões é possível para dar suporte à Fase 2, que incluirá implantação em vários cenários e gerará 100 watts de energia.